Desenvolvi, ao longo dos anos, e claro que isso é uma opinião minha, com todos os vieses possíveis, uma qualidade, ou característica, em minha escrita: a concisão. Consigo, ao escrever, ser objetivo e claro naquilo que quero dizer, na mensagem que desejo passar. Aprimorei ao ponto de ter de ‘fazer força’ para produzir textos mais longos, principalmente aqueles mais reflexivos.
Diferente da linguagem verbal, da fala, situação em que ocorre exatamente o contrário. Me sinto prolixo, principalmente porque sempre desejo (preciso) contextualizar a história que conto, ou o meu ponto de vista. Há, então, a meu ver, essa dissonância entre quem pareço quando escrevo em oposição a quando estou falando, quando estou contando um estória.
Ocorre que eu teria lapidado tanto a minha escrita para se tornar objetiva, direta e concisa, que quando quero produzir textos mais longos eu preciso trabalhar mais para conseguir (o que, na verdade não é ruim). Já enquanto estou conversando com alguém é diferente, porque costumo me alongar em fatos, situações correlatas, fatos prévios e contextos diferentes.
Sinto, algumas vezes, que estou sendo chato. Que precisaria desenvolver a concisão e a objetividade também quando converso com alguém.
Só que, honestamente, não sei se quero.
(existe coisa melhor, em termos de amizades, que conversas e estórias longas entre amigos em torno de uma mesa de bar?)
Até.