A ideia da memória como uma grande parede onde, ao longo da vida, vamos pendurando quadros, como em uma grande galeria, é – para mim – uma ótima imagem. Quais quadros vamos pendurar ali, para que possamos, de tempos em tempos, visitar e admirá-los, com maior ou menor distanciamento?
A referência aqui é clara.
Na parede da memória, essa lembrança é o quadro que dói mais, compôs o Belchior e cantou Elis, em um dos clássicos da música brasileira. Está entre as músicas que, com certa frequência, me pego cantarolando. É uma música forte, intensa. Foi utilizada em um comercial da Volkswagen há não muito tempo e virou polêmica exatamente pelo uso, em virtude do contexto em que foi composta e o uso associado a uma marca que teria sido conivente com a ditadura militar, etc. Não me interessei pela discussão porque acredito que – após criada e independente da intenção do criador – o sentido, a mensagem da obra de arte, é algo pessoal, de quem está a consumindo (admirando, ouvindo ou lendo) essa obra. Mas não era disso que queria falar.
Para você, qual a lembrança que, na parede da sua memória, é o quadro que dói mais? Ou são aqueles quadros que nunca foram pendurados/vividos?
Até.
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