quinta-feira, agosto 11, 2005

Como sempre, mas para sempre?

Em meio a uma semana pouco inspirada em termos literários, uma certa acentuação na vontade de voltar para casa, possivelmente relacionada à aproximação da data em que completo um ano de Canadá, o que quer dizer um ano morando longe do centro emocional da minha vida, e a lembrança dos primeiros dias aqui, a Síndrome do Fantasma, com eu chamo. A boa memória para datas e eventos tem como outro lado da moeda isso, mais reflexões, silêncio e circunspecção, que não condizem com os dias longos e quentes desse verão canadense.

No Brasil, por outro lado, Roberto Jefferson é modelo de honestidade e o PT descobriu que não é feito só de virtudes. Escândalo para cá, escândalo para lá, e os mesmos de sempre continuam impunes, desses ninguém fala. Quando as investigações se aproximarem de onde não devem, arranja-se um novo show para a tevê e continua tudo com d’antes.

E tem gente que anda feliz com chamam de derrocada moral do PT, repetindo “Eu não disse, não disse?” como se o dito fracasso de uns não atingisse a todos. Estupidez, sem dúvida nenhuma. Mas deixa para lá, este não é um espaço para discutir política. Não, não é verdade, é que estou sem paciência mesmo. Sim, eu sei, eu posso discutir a estupidez humana aqui, mas não vou.

Lembro de uma música, do final dos anos 80, que continua bem atual.

Brasil

(Cazuza / Nilo Roméro / George Israel)

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito é uma navalha

Brasil
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada pra só dizer "sim, sim"

Brasil
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Grande pátria desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
(Não vou te trair)

Um comentário:

Anônimo disse...

Muita gente discorda de mim, mas eu nao sou contra o PT. Em todo partido vai haver gente vagabunda e gente que presta. Eu acho, por exemplo, que o Mercadante e o Suplicy sao dois caras super competentes e eu nao me lembro de ouvir o nome deles em nada(a nao ser que tenha acontecido depois que parei de ler o jornal por falta de tempo - confesso, falta de saco mesmo).

Essa musica sempre foi perfeita, em todas as "epocas" de Brasil.

Vi o post anterior, neguinho de xingando hein. Os haters apareceram por aqui agora! hoho Ja me visitaram, ja visitaram amigas, agora voce e a bola da vez! Beijao