Como toda criança, eu sempre gostei de animais de estimação, mas estes sempre se restringiram aos cachorros.
A primeira, foi uma Fox paulistinha branca com a cabeça preta, de nome Bambina. Superdócil com a família, ela era o terror dos vendedores de sorvetes que passavam em frente à nossa casa, em Imbé, litoral norte do Rio Grande do Sul. Ela não latia, apenas corria e quando estava com os calcanhares da vítima ao alcance dos seus dentes ela simplesmente rosnava. E mordia. Muito tivemos que dar explicações sobre os ataques dela.
Depois, foi o Calvin. Um Cocker Spaniel dourado que eu ganhei de presente de uma namorada. O nome era para ser Spiff, em homenagem ao cosmonauta Spiff, super-herói imaginário de criação do personagem de Bill Waterson. Como a veterinária nos ensinou, o nome dos animais de estimação deve ter ao menos duas sílabas. Desistimos de Spiff, pensei em Tchaikowski, mas acabou sendo mesmo Calvin. Foi roubado numa manhã de carnaval.
Teve também o Lucky, que era do meu tio que, quando se mudou para São Paulo, deixou lá em casa com a gente. Alguns anos depois, o Lucky voltou para a casa do meu tio. Depois disso, não tive mais animais de estimação, até porque a Jacque não aceitou ter um rotweiller no nosso apartamento… Mas foram sempre cachorros. Nunca quis ter outros animais, como tartarugas, coelhos, galinhas, papagaios, peixes, etc.
Mas eu tenho uma afilhada.
E ela gosta de animais. Já teve peixe, hamster, cachorro (a Maggie, que não gostava de andar na rua) e, agora, hamster de novo. Se chama Mel, de Melissa, e está lá em casa sendo cuidada pela Jacque enquanto o Paulo, a Kaká, o Bibi e a Beta estão de férias em Bariloche. Eu disse que tudo bem, a Mel podia ficar lá em casa, mas só porque eu não estava lá: eu não gosto de ratos.
Temos tido, a Roberta e eu, longas discussões sobre o assunto: eu digo que não gosto de ratos, ela diz que a Mel não é rato, é hamster, e eu digo que é tudo a mesma coisa. Ela diz que não, dá detalhes de anatomia que diferenciam ratos de hamster e eu digo que não me interessa, rato é rato.
E o Norman?
Normal é um peixe, meu novo roomate. Antes que vocês digam, em coro, VEADO, VEADO, VEADO, deixa eu esclarecer que ele vai ficar aqui enquanto a Adriana, sua “avó” (a dona é a Alice, sua filha), tira uns dias de férias. Se ele sobreviver a esse período aqui, vai ter longa vida…
Até.