quinta-feira, agosto 04, 2005

Diálogos

Ontem, a noite estava propícia para se estar na rua. A tempearatura não muito alta, e soprava uma brisa agradável. Estávamos, Norman – o peixe – e eu sentados num banco em frente ao edifício, contemplando a noite e conversando sobre a vida.

Foi uma conversa bem produtiva. Com exceção de algumas interrupções por pessoas que passavam com seus cachorros e ao nos ver ali, sentados sob as estrelas, paravam para conferir se era realmente um peixe, no que eu esclarecia “Ele gosta de passear à noite”, falamos de diversos assuntos. O Norman é um bom ouvinte, atento, compenetrado, quase um psiquiatra. Deve ser por imfluência da Adriana, mãe de Alice, a “dona” do Norman, que é psiquiatra também. A Adriana, não a Alice.

Comentei com ele sobre o post (me olhou, sério), ops, o texto (eu não escrevo posts, escrevo textos) que publiquei ontem, em que contava minha relação com animais de estimação, em que dizia que não gostava de animais com os quais não podia interagir, como tartarugas, passarinhos, coelhos, hamsters e… peixes. Claro, esclareci que ele não se encontrava nesse grupo, afinal de contas conversávamos, e isso era uma grande interação.

Avançamos na conversa à medida que avançava a noite, e chegamos a discutir blogs. Comentei – com grande satisfação – sobre o aumento de leitores deste blog. Me olhou sério, de novo, e entendi: quanto mais pessoas lêem o meu blog, menor é a proporção dessas que me conhece pessoalmente e de verdade e que sabe “filtrar” as coisas que eu digo. Porque nem sempre falo sério. Além disso, quanto mais pessoas me lêem, maior é a chance de eu “ofender” alguém com o que eu escrevo.

“Mas Norman”, argumentei, “não posso ficar me policiando com medo de magoar alguém, pois aí seria abrir mão da liberdade criativa”. "E não só isso, Norman, eu não sou politicamente correto!". Ele só me olhou, mais uma vez.

Eu sabia o que eu devia fazer.

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Bom, se alguém leu os comentários do meu texto de ontem, viu que recebi um puxão de orelha por ter insinuado alguma relação entre o fato de ser proprietário de um peixe e homossexualidade. Insinuei, sim, e foi uma piada, óbvio. Não achei nada demais. Mesmo.

Mais: quem não deve, não teme.

Até.