Depois de uma dica do Henrique, no último encontro dos blogueiros de Toronto, passei a ler a Veja pela internet. Para o bem e para o mal.
Cá entre nós, a Veja não é a mais imparcial das fontes de informação. Mas, afinal, existem fontes de informação totalmente imparciais? Não, sempre haverá interesses outros e não claros. Por isso é sempre salutar procurar nos inteirar do que acontece no mundo em locais diversos.
Voltando à Veja, há umas duas semanas a tenho lido. E na edição do último final de semana, achei bem interessante e oportuna a coluna do André Petry. Veio bem de encontro ao que tenho pensado sobre o que acontece atualmente no plano político no Brasil.
Escreveu ele que o fato de não haverem escândalos não é garantia de que não há nada errado. E usou como exemplo o fato de que o “mensalão” só parou de existir quando foi denunciado, quando surgiu o escândalo. Antes, sem as denúncias, sem toda a confusão, ele existia, o dinheiro andava em malas pelo Brasil, e ninguém sabia. O escândalo estancou a sangria.
Se estão aparecendo casos a investigar, ótimo, façamos a depuração e sigamos em frente.
Da mesma forma, o horror das pessoas com o “mar de lama” que está envolvendo o país, me soa um pouco como hipocrisia. As pessoas vão à televisão parecendo noviças, freiras escandalizadas com tudo o que acontece. Não é assim, e todos sabemos.
Que se prendam, punam, e façam de tudo para recuperar o dinheiro envolvido, se dinheiro público. Se comprovarem que o presidente está envolvido, impeachment nele. Sou totalmente favorável. Se era o meu apoio o que faltava, mãos à obra. Mas, além disso, vamos pensar um pouquinho mais fundo nisso tudo.
Corrupção é uma via de duas mãos. É comércio, oferta e procura. Para haver um corrupto, deve haver um corruptor. E nisso ninguém fala. Desde os tempo do Collor de Mello. Ele era corrupto, foi afastado, tornado inelegível, etc, mas e quem deu o dinheiro?
O dinheiro dos caixas 2 de campanha não nascem em árvores, até onde eu sei. Parece que em toda essa história tinha pouco dinheiro público. De quem saia o dinheiro, então? Quem é que pagou para ganhar licitações, por exemplo? Esses também têm de ser pegos. Se é para cortar na própria carne, que se corte, mas tem muita gente aí que precisa ser pega também.
Até.
E vou para de falar de política aqui.