O mundo dá voltas.
“Pronto, lá vem o Marcelo com mais um dos seus comentários pseudofilosóficos de domingo de manhã”, você pode estar pensando. Sim? Sim? Pensa? Pensa?
Está enganado…
Mas, sim, é inevitável que eu conclua da forma que concluí na primeira frase deste pequeno texto. Aconteceu, uma vez mais, ao ler as manchetes que saem nos portais da internet sobre o Ronaldo Nazário. Mas só porque lembrei da minha bunda.
Antes que você – pervertido leitor – comece a pensar bobagens, saibam que uma coisa não tem NADA a ver com a outra. A única associação que pode existir entre esses dois assuntos é relacionado à exposição pública. As pessoas, nos dias de hoje, se expõe demais. Principalmente os ditos famosos, como é o caso dos jogadores de futebol, atores e atrizes de tevê e cinema. Pode-se argumentar, e eu concordo, que as pessoas consomem esse tipo de “jornalismo” (reparem que as aspas dão o tom do que penso desse tipo de notícia). E o fenômeno não é restrito, como pode parecer num primeiro momento.
A vida privada é cada vez menos privada. Somos vigiados por todos os lados, câmeras de segurança, os famosos “Sorria, você está sendo filmado” aparecem até em táxis, hackers podem ler (para dizer o mínimo) o conteúdo de nossos emails, o governo nos monitora. Por mais que se tente, é difícil fugir desse tipo de exposição. Estamos todos vigiados o tempo todo, como se vivêssemos num grande reality show. O Grande Irmão.
Claro que ninguém pode nos obrigar a entrar nesse mercado de celebridades expondo sua vida em público. Não precisamos perder tempo e dinheiro para saber quem namora quem ou quem traiu quem, etc. Isso ainda podemos controlar, apesar de poucos quererem fazer isso. É sinal dos tempos modernos.
E minha bunda com isso?
Percebi que estava me expondo bastante quando as pessoas comentaram um texto meu em que eu falava do episódio da louca no bonde que me pediu para mudar de lugar porque minha bunda estava na frente dela (publicado terça no blog e hoje na versão por email da A Sopa). Comentavam muito mais sobre minha bunda que sobre o episódio em si. Ops, pensei, estou sendo pessoal demais. Ultrapassei a fronteira do bom senso.
O que fazer?
Pensei em parar de escrever sobre mim. Mas aí o blog (e eventualmente A Sopa, o semanário) perderiam o sentido de ser, de existir. A Sopa no Exílio não é um blog para quem quer imigrar para o Canadá e quer conhecer mais sobre o país, nem para fazer apologia ao Canadá, nem para me justificar como canadense (até porque não sou e nem vou ser, em prinípio). Aqui é o lugar onde falo sobre as minhas experiências vivendo aqui, as sensações, os estranhamentos, o como é viver aqui estando eu temporariamente em Toronto, sozinho, sem a família.
É também para reafirmar minhas origens como brasileiro, gaúcho e porto-alegrense, com muito orgulho destes títulos, mas agora um pouco canadense, um pouco cidadão do mundo.
Tá, acho que vou continuar falando da minha bunda…
2 comentários:
Quem mais falaria assim sobre sua bunda? Só conheço o Paulo Santana.
Petterson
Tah, mas nunca achei que vc mostrava muito a bunda, ahahhahah. Porem, entendo o que vc quis dizer, e isso acontece comigo tbm. Sempre.
Acho que eh bom dosar, tem gente que se expoe demais MESMO. O que tento eh exatamente nao estar nesse grupo. Nao sei se estah dando certo, mas gosto de achar que sim.:)
T+!
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