Ontem, a noite estava propícia para se estar na rua. A tempearatura não muito alta, e soprava uma brisa agradável. Estávamos, Norman – o peixe – e eu sentados num banco em frente ao edifício, contemplando a noite e conversando sobre a vida.
Foi uma conversa bem produtiva. Com exceção de algumas interrupções por pessoas que passavam com seus cachorros e ao nos ver ali, sentados sob as estrelas, paravam para conferir se era realmente um peixe, no que eu esclarecia “Ele gosta de passear à noite”, falamos de diversos assuntos. O Norman é um bom ouvinte, atento, compenetrado, quase um psiquiatra. Deve ser por imfluência da Adriana, mãe de Alice, a “dona” do Norman, que é psiquiatra também. A Adriana, não a Alice.
Comentei com ele sobre o post (me olhou, sério), ops, o texto (eu não escrevo posts, escrevo textos) que publiquei ontem, em que contava minha relação com animais de estimação, em que dizia que não gostava de animais com os quais não podia interagir, como tartarugas, passarinhos, coelhos, hamsters e… peixes. Claro, esclareci que ele não se encontrava nesse grupo, afinal de contas conversávamos, e isso era uma grande interação.
Avançamos na conversa à medida que avançava a noite, e chegamos a discutir blogs. Comentei – com grande satisfação – sobre o aumento de leitores deste blog. Me olhou sério, de novo, e entendi: quanto mais pessoas lêem o meu blog, menor é a proporção dessas que me conhece pessoalmente e de verdade e que sabe “filtrar” as coisas que eu digo. Porque nem sempre falo sério. Além disso, quanto mais pessoas me lêem, maior é a chance de eu “ofender” alguém com o que eu escrevo.
“Mas Norman”, argumentei, “não posso ficar me policiando com medo de magoar alguém, pois aí seria abrir mão da liberdade criativa”. "E não só isso, Norman, eu não sou politicamente correto!". Ele só me olhou, mais uma vez.
Eu sabia o que eu devia fazer.
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Bom, se alguém leu os comentários do meu texto de ontem, viu que recebi um puxão de orelha por ter insinuado alguma relação entre o fato de ser proprietário de um peixe e homossexualidade. Insinuei, sim, e foi uma piada, óbvio. Não achei nada demais. Mesmo.
Mais: quem não deve, não teme.
Até.
9 comentários:
Eita. Agora que eu vi, hoje postei la duas vezes e nem li os comentarios. Duas pessoas contra voce por causa daquele comentario.
Eu nao achei nada de mais nao, acho que to acostumada a ouvir brasileiro fazer brincadeira com viado. Engracado ate porque aqui no Canada eu realmente nao vi ninguem falar disso. Mas voce nao deve perder sua liberdade criativa nao. E esse blog e teu.
PS: Gostei de saber que voce nao e "mean". As vezes eu acho que voce nao gosta de mim, ai depois voce comenta algo legal, e eu fico confusa. Mas deixa pra la.
Sim :P
As vezes eu ainda tenho duvidas, acho que voce nao vai com a minha cara, por isso acaba sendo meio ironico(porque eu vejo seus comentarios nos outros blogs e voce e sempre mais bonzinho :P). Beijos
Uma bobagem mesmo. Nao dah pra se policiar tanto assim e, se ofende quem quer. Mas eh impossivel agradar todo mundo, neh, entao o jeito eh soh agradar a si mesmo. Tem quem goste e tem quem nao goste. Ponto final.
Que tipo de peixe eh o Norman? Beta?? Adoro betas! Tinha uma chamada Ninne. Mas um dia ela se suicidou e eu a encontrei "empanada" no chao da cozinha. :( Trauma.
To com todo mundo aqui!!! O blog é seu, faz o que quiser!
Só que eu sei que é ruim desagradar e receber puxões de orelha... A gente sempre fica medindo palavras, não adianta dizer que não.
Como aquele post de quarta... depois do seu comentário (que eu considerei uma brincadeira), eu pensei muito se deveria deixá-lo ou não... Deixei.
;o)
Bjocas
Luly :)
Oi Marcelo-
Nossa passagem por Toronto vai ser vapt- vupt. Temos o casamento no sábado e já fomos convidados para um almoço no domingo. Depois é pegar a estrada para trabalhar na segunda.
O Joey e eu ficaremos contentes em conhece-lo em novembro aqui em Montreal :)
Q
Ah mano.. não esquenta, escreve mesmo.. aliás, seus textos são ótimos... abraços!!!
tuliofbrunhara@gmail.com
Eu ainda não tinha lido seu post de ontem e também achei com certa carga de preconceito. Não adianta falar que chamar os homossexuais de veados (ou viados, sei lá) não é preconceito, não é uma maneira de debochar da sua orientação, todos sabemos disso.
Mas enfim... falando em peixei, aqui em casa tínhamos 5 até ontem, 1 estava sofrendo, sem conseguir nadar, comer e tudo mais há 2 dias e então, pra alivio dele - e meu por ficar pensando que o pobre estava sofrendo - meu irmão o matou. Nunca pensei que ficaria triste por um peixinha minúsculo.
Tá bem.... kd a Jacque ? A coisa tá ficando preta, já até falando com peixes .....
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