segunda-feira, julho 04, 2005

O Exílio e o Zen

Sexta-feira, ao sair do cinema e após uma passada rápida na livraria Chapters, a Monique, o Rafael e eu nos dirigimos ao local marcado para o nosso happy hour com a Camila e o Henrique. Para chegar lá, decidimos pegar o bonde que vai pela Queen Street e nos deixaria na esquina com a Church Street, de onde caminharíamos uma duas quadras até o ponto de encontro.

Embarcamos no dito meio de transporte, e fomos para a parte de trás, próximos à porta de desembarque. Parei de pé, de costas para os bancos onde havia pessoas sentadas, para ficar de frente para os meus companheiros de passeio e continuarmos conversando. Nisso, senti alguém me cutucar. Virei para trás e, como estava encostado numa coluna de metal, imaginei que havia batido sem querer na mão de quem estava sentado.

Foi quando a pessoa sentada e que havia me cutucado, uma senhora afro-americana de aspecto não usual, comentou que o problema é que eu estava virado de costas para eles, deixando minha bunda “na cara deles”.

Aí começou uma sequência de pensamentos meus em frações de segundos enquanto se desenrolava a situação absurda, presenciada por todos no bonde.

(Como assim? Está reclamando da minha bunda? A minha? Puxa, acho tão simpática… você não gostou dela? Estou fazendo até ginástica, que injustiça…)

Eu só me afastei um pouco, fiz sinal de OK, deixando implícito que tudo bem, não me importava em tirar o meu derriére do caminho, afinal, se ela não sabia dar valor ao que estava vendo, não merecia ficar olhando mesmo, mas saiba que estamos num transporte público e se eu quisesse, sentava onde bem entendesse, com exceção do seu colo, afinal você não sabe valorizar o que estava a sua frente, etc. Mas ela continuou falando, e perguntou o que eu ia achar se ela colocasse o seu derriére na minha cara.

(Na minha cara? Deixa eu ver, sei lá, vários fatores: ia depender da anatomia, claro, nestas horas a anatomia é importante, da sua dieta nos últimos vinte anos, o que implicaria no tamanho e no aspecto, sabe, tem coisas que meus estômago não tolera, e evidentemente, da higiene. Se fosse limpinha, asseada, poderíamos começar a conversar, mas pelo aspecto geral da dona e pelo tom de voz, tinha minhas dúvidas…)

Fiz novamente um sinal de que tudo bem, eu me afastaria, e ela continuou falando, ao mesmo tempo em que desliguei a minha audição e entrei em modo autista, prestando atenção só no que falavam o Rafael e a Monique. De repente, ela grita “Wait!” e desce correndo do bonde, que estava quase arrancando de sua parada.

Depois conversando sobre o assunto, comentei porque não havia reagido e dito para ela o que no fundo todos gostaríamos de dizer naquela hora: porque não valia à pena discutir, não ia me estressar por pouco. Ela – no mínimo – era louca (afinal quem, em sã consciência, vai reclamar de olhar para o meu forévis, como diria o falecido Muçum?) e ia só complicar as coisas.

Pensando nisso depois, percebi que estou suuuper-tranqüilo e de bem com a vida, zen mesmo.

Mas não abuse, isso pode não durar muito…

Até.

6 comentários:

LRCD disse...

que coisa. será que o seu forebis não estava atrapalhando a visão dela? ela quase perdeu o ponto. Ou será que atrapalhava a visão porque fez ela perder a concentração? Já ouviu aquele ditado popular: Quem desdenha quer comprar?

Anônimo disse...

Olá Marcelo, aqui quem fala e o Claudio Rudnicki de poa, aquele da loja da redençao. Acabei de receber o exame medico, assim mais um tempo estarei ai em Toronto City.
Por hora as noticias sao essas, fora que o Inter graças a sua torcida ganhou a ultima partida e esta em terceiro (este ano esta sendo uma delicia).
Abraços e cuidado com o forevis por ai!

Luly :) disse...

Hahahhaha! Adorei a história!! Que senhora mais abusada!!;o)

Bjo

Luly :)

Anônimo disse...

Cara, que mulher mais estranha.. rs... não conheço sua bunda não, mas se vc não enfiasse a dita na minha cara, eu não iria reclamar.. enfim, vai entender.. vai saber de qual cultura a pessoa veio.... no mais, continue malhando.. quem sabe na próxima ela resolva logo passar a mão ao invés de pedir pra vc se afastar.. hhehhehe

Abraços!

Anônimo disse...

Oi Marcelo; Aquela criatura era muito estranha, ainda bem que ela desceu logo. Essa Toronto é cheia de DOIDOS.

Anônimo disse...

HAHAHAHAA! O que mais tem nessa cidade é louco. Estranho é nao encontrar nenhum.