Ainda repercutindo a Sopa de ontem.
Lembro da primeira vez que estive na Europa, há seis anos. Estávamos nós, os Perdidos na Espace, entrando na parte final da viagem, já na França. Nossa primeira parada foi em Dijon, na região da Borgonha, leste francês.
Visitando a cidade, fomos conhecer, além da Eglise de Notre Dame com suas gárgulas, a Catedral de St-Benigne, na praça de mesmo nome, em estilo gótico. Visitamos também sua cripta, escura e úmida como toda cripta que se preze, que é datada do ano de 1007. Foi neste momento que me dei conta de um fato que vinha notando desde que chegara à Europa, mas ali foi que conectei tudo: somos muito novos.
O Brasil, eu quero dizer.
Eu havia visitado casas, ainda habitadas, que eram mais antigas que o descobrimento do Brasil. Era mais antigas que o país em que nascemos e vivemos. E mesmo assim a Europa volta e meia se mete em confusões, mesmo com toda sabedoria que o tempo traz. E esse é o ponto.
Nós não somos caso perdido, apenas estamos crescendo.
Boa parte dos nossos problemas podem ser creditados ao fato de sermos um país ainda infantil. Nosso sentimento de inferioridade (o que vem do exterior é melhor), alguns deslizes morais até, tudo é coisa de asolescente. Vamos amadurecer, é certo. Só que crescer não é um processo simples e nem indolor. Temos jeito.
Se eu não acreditasse no potencial do Brasil como nação, eu iria embora para não voltar. Mas não é esse o caso. Eu acredito, sinceramente.
Não como nosso destino, que fique bem claro, mas como opção e resultado de muito esforço. Depuração dos problemas, espremendo algumas espinhas (Robertos Jeffersons e, sim, Josés Dirceus da vida). Devagar, com trabalho, chegamos lá. Vai levar tempo? Sim, mas valerá a pena.
A primeira coisa a fazer é investir em educação. Educação e conhecimento proporcionam independência de pensamento, que é o mesmo que liberdade.
Só um detalhe: antes de ficar horrorizados com o que lemos nos jornais sobre corrupção, não seria bom se todos olhassem no espelho e lembrassem do imposto de renda que sonegam, das infrações de trânsito, das pequenas e “inofensivas” violações da lei que cometemos todos os dias?
Um governo nada mais é do que um espelho do povo que o elegeu…
Até.
4 comentários:
Marcelo, sou teu leitor quase assíduo, diferente dos teus comentários que são assiduidíssimos. Parabéns. Quanto ao nosso Brasil e em especial ao nosso Rio Grande, posso te dizer que a imprensa brasileira está felicíssima com tanto assunto e tanta sujeira para encher espaços. Mas a vida segue. Como disse um amigo meu um dia destes: Uma árvore abatida é notícia certa, enquanto a floresta que cresce passa desapercebida. Já deve ter havido coisas muito piores que não tiveram a devida divulgação.
Abraços gelados do pampa.
Mario Luiz Cardoso
Pois é Marcelo, tenho tanta fé na Europa ser muuuiitttooo mais velha que o Brasil, que pedi para minha irmã e mãe que se encontram lá neste momento,irem em alguma de suas igrejas milenares e orarem pela minha filhinha que tem crises de bronquites constantes neste período de inverno sulino (RS)... imagina como ela está nestes pampas, que da semana pra cá insintem em ficarem gelados!! E quanto em investir em educação e por pertencer a este setor profissional - educação pública- penso que é preciso ter muita cautela, pois muitos confundem educação x alimentação...Para muitos alimentando bem aos pobres basta para muitas coisas, inclusive para, quem sabe... manter o poder!!!BJs da Georgia
RESPOSTA:
Geórgia,
A tua irmã se chama Bibiana?
Eu ja falei isso tambem uma vez. Cada coisinha que a gente faz reflete la na frente. Como e que o povo reclama tanto da malandragem dos politicos se isso comeca nas pequenas coisas do dia a dia de muitos por la?
Ate amanha :)
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