Uma coisa que sempre procurei fazer, e que continuo fazendo, é ensinar para a minha filha que, antes de ter uma opinião sobre qualquer assunto, o certo é procurar ter o máximo de informação a respeito do tema, tentar entender todos os lados em questão, para poder definir sua posição. Seja ela qual for.
Nunca pretendi impor a ela a minha opinião (que é óbvio que acho que é a melhor, mas é a minha opinião...), mas que ela – antes de formular um juízo sobre qualquer assunto - ao menos pesquisasse um pouco, não cedesse à tentação de ouvir apenas os que gritam mais alto, porque usualmente quem grita mais é porque tem razão de menos. E as pessoas têm gritado muito por esses dias, e sabemos que é difícil pensar em meio à confusão.
Vamos discordar em temas que ainda nem imagino, porque provavelmente não surgiram em debate, e está tudo bem. Desde que, claro, tenha (tenhamos) embasamento para validar suas (nossas) opiniões. Se for diferente do que penso, e tiver suas razões para isso, tudo certo, tudo bem. Da mesma forma que havia assuntos dos quais eu tinha uma opinião diferente do meu pai, e isso nunca foi um problema.
Ampliando um pouco o tema, e saindo de casa, a convivência com o diferente, o contraditório, é saudável, mesmo que as pessoas estejam cada vez menos dispostas a sair de sua bolha, e encarar que nem todos são iguais, que os outros tem o direito de pensar diferente de nós. E as redes sociais apenas aumentam esse intolerância.
Nem sempre é agradável ler ou ouvir algo que desafie nossas crenças, nossas verdades, mas se elas se mantém mesmo após serem questionadas, mesmo após argumentos em contrário, mesmo após uma análise mais detalhada (diferente da aceitação cega e do efeito manada) e um debate sereno, fica tudo melhor.
Até.