quarta-feira, setembro 17, 2025

Ontem, e hoje

Era a noite de segunda para terça-feira, ontem. Madrugada, ainda antes do céu começar a mostrar os primeiros sinais do novo dia, e acordei. Sentei-me na cama, levantei-me e fui até o banheiro em silêncio e com o cuidado de não acordar ninguém mais em casa. Já no banheiro, luzes apagadas e fracamente iluminado pela luz que vem da rua, ainda não a aurora, me olhei no espelho. Não sabia que dia da semana era esse que estava para começar.

 

Demorou alguns instantes de concentração para lembrar o que havia feito no dia anterior e, por óbvio, concluir qual o dia que viria em pouco tempo, quando o despertador tocasse e eu já estivesse acordado esperando por ele. Seria a rotina das terças-feiras, de consultório, almoço rápido, laboratório de função pulmonar, consultório de novo, outra vez laboratório de função pulmonar, volta para casa, e noite de ensaio. 

 

Em meio à tarde, enquanto caminhava entre o hospital e o consultório, passando pelo túnel de extremos climáticos (MUITO frio no inverno e MUITO quente no verão) que liga o hospital com o centro clínico, pensei que essa semana realmente se arrastava, afinal ainda era terça-feira à tarde, e parecia que eu carregava todo o peso do mundo em minhas costas, como o Marvin da canção dos Titãs, que é versão de uma música americana dos anos 70 e que homenageia o cantor Marvin Gaye, que havia sido assassinado por seu pai na época em que foi feita a versão da música. A terça-feira ainda ia longe.

 

Hoje, então, já é quarta-feira.

 

O melhor dia da semana (não o melhor momento, que é o sábado de manhã), afinal ontem era recém terça-feira e amanhã já será quinta-feira.

 

Perspectiva, tudo é uma questão de perspectiva.


Até.