terça-feira, setembro 23, 2025

Primavera

Durante muitos anos associei a primavera com os sábados de manhã em que tinha aulas de educação física no parque da Redenção, em Porto Alegre. Era o período do segundo grau (ensino médio), em que fazia curso técnico de Operador de Computador (hoje Processamento de Dados, eu acho) na Escola Técnica de Comércio da UFRGS, que naquela época ficava no Campus Centro, logo atrás da Faculdade de Economia.

 

As aulas regulares de educação física eram às terças e quintas à tarde, se não me engano, com a opção do sábado de manhã para quem trabalhava. Era meu caso, que durante um tempo trabalhei com o meu pai, na Ferragem Toledo, que ele e um sócio tiveram na Av. da Azenha, e depois quando fiz estágio no CPD Central da UFRGS, ali ao lado do Hospital de Clínicas. O sábado de manhã, então, era de ir para o parque para fazer educação física.

 

Provavelmente esteja aí a semente da minha convicção de que os sábados de manhã são o melhor momento da semana, que depois foi reforçada pelos verões na praia. Sábado de manhã, sol e caminhando ou jogando no parque. Era bem legal.

 

E a primavera amplificava o bom momento representado pelo sábado. Após o frio e a chuva dos meses de inverno, a primavera, com temperaturas amenas e tempo bom, era como nascer novamente, era como recomeçar a viver. 

 

Foi assim, há trinta e cinco anos, quando saí do hospital em um setembro, após vinte e poucos dias internado entre UTI e enfermaria, pelo acidente em que estive envolvido na madrugada do Dia dos Pais de 1990. Seria um recomeçar a vida, mesmo que eu não tivesse total ideia da magnitude de tudo o que havia passado. De como tudo isso me mudaria, ou ao menos mudaria a forma como vejo e conto minha história desde então.

 

Até.